quinta-feira, 9 de junho de 2011

Reflexões

Ontem pensava sobre a questão «para que serve a história». Em tempo de crise económica temo sempre que aqueles que trabalham na cultura sejam os mais prejudicados, e daí o meu pensamento. Creio sinceramente que a história é necessária. Das minhas leituras, quer de historiadores, quer de neurologistas, concluí que vivermos sem saber o passado é como vivermos com uma amnésia. Na minha opinião:
O conhecimento do passado permite tomar as decisões no presente, que ajudarão a construir o futuro. 

 John White Alexander, A Idle Moment (c. 1885).
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Hoje descobri num blogue este provérbio chinês, mais ou menos relacionado com estas reflexões:

O passado é história,
o futuro é mistério,
e hoje é uma dádiva.
Por isso é chamado de presente!

6 comentários:

Presépio no Canal disse...

Completamente de acordo. Pensei nisso tantas vezes. Por isso, apos a analise do que se estava a passar em Portugal (conjuntura), e tendo em conta os conhecimentos que o ensino da Historia proporciona, e o tempo longo das mentalidades, decidimos emigrar.
Lembro-me muito bem de, ja em 2003, ter alertado alguns amigos para a situacao que se ia seguir. E em 2007, quando saimos, eu disse ao meu marido: "Temos de ir agora porque, como venho dizendo ha alguns anos, isto em 2008 vai bater no fundo."Eu nao estava so a pensar nos dislates que estavam a acontecer em Portugal e nos avisos de pessoas abalizadas que nao estavam a ser levados em conta, estava tambem a pensar no possivel abrandamento de contratacoes nos restantes paises da Europa, como viemos a verificar, pelo menos aqui, ja em 2009. Alem disso, era preciso dinheiro para dar o salto, pelo menos inicialmente, mesmo com as ajudas de custo posteriores que recebemos aqui. Tinha razao, mais uma vez.Em 2009, a empresa decide "cortar" nestas ajudas, que os holandeses nao sao parvos e comecam a poupar em tempo util. Quando me perguntam "Estas arrependida?", "So de nao ter saido mais cedo". Esperei muito (18 anos) que as coisas melhorassem, ajudando no que podia: evitando recorrer ao credito, comprando produtos portugueses, investindo, etc.
Maturidade tambem significa saber quando partir. Eu ja a tive tarde, pelos vistos, porque neste momento tudo custa mais: a adaptacao ao clima e a comida (respectivas consequencias na saude), a aprendizagem de uma lingua dificil, novas leis, novos habitos sociais, reconstruir uma vida toda de raiz sem base de apoio, no desconhecido e num pais tao, tao diferente, e cuidando de nos integrar de facto, participando activamente na sociedade e teimando em falar e compreender esta lingua arrevezada.
Desculpa o testamento. E um ponto sensivel.
Beijinhos. Tenho de ir. Hoje e dia de Tandem e tenho de me preparar.

Margarida Elias disse...

Concordo contigo. Fizeste bem. Bj!:)

ana disse...

Margarida,
Estas reflexões impõem-se-me todos os anos. Todos os anos começo por aqui para que serve?
Nem imagina o que se ouve. Não há presente sem passado, nem futuro sem presente, a beleza da História está neste facto..., não acha?

Sandra,
Peço licença à Margarida para lhe dizer que a compreendo muito bem. A minha vontade é também partir.
Atribuo-lhe muito valor por tudo o que diz, a coragem, o desafio, a vontade.
Parabésn e felicidades!

Presépio no Canal disse...

@Margarida: Beijinhos!! :-)
@Ana:Obrigada! :-)

www.amsk.org.br disse...

Ana, a frase tem sido dita muitas vezes por Dalai Lama, mesmo que não se saiba ao certo de quem é, uma certeza temos. Ela é sempre atual.
è uma honra poder ler blogs dessa natureza, tão reais e humanos.
Não existe tarde demais, neste exato instante acontece o instante perfeito e é exatamente aí que a lua e o sol se juntam.

A mulheres tão maravilhosas o nosso carinho,

Cozinha dos Vurdóns

Margarida Elias disse...

Bjs a todas!:)